Santo Inácio de Loyola e uma breve história de sua vida
Inácio nasceu no castelo de Loyola em 1491, sendo o mais novo dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e Da. Maria Sonnez. Aos 16 anos foi enviado como pajem ao palácio de Juan Velásquez de Cuellar, ministro do Tesouro Real do reino de Castela, o que lhe permitiu estar em contato contínuo com a corte.
Bem dotado física e intelectualmente, em 1517 o jovem Inácio torna-se militar e participa de algumas campanhas com seu tio, vice-rei da Navarra. Enviado em defesa de Pamplona contra os franceses, em 1521, é ferido gravemente, passando meses inválido, no castelo de seus pais.
Conversão de um homem coerente
Durante o longo período de recuperação, Inácio começa a ler sobre a vida de Cristo e dos santos, únicos livros que havia no castelo, e sua conversão se deu da maneira mais radical. O seu primeiro pensamento foi o de ir para a Terra Santa e viver em oração, penitência e contemplação.
Em Montserrat, fez uma confissão geral de sua vida e deixou a sua espada no altar da Virgem Maria, trocando suas roupas vistosas pelas de um pobre peregrino. Viveu algum tempo em Manresa, onde vivenciou diversas experiências espirituais e escreveu seus famosos “Exercícios Espirituais”, que iriam adquirir uma grande influência na mudança dos métodos de evangelização da Igreja.
Em 1523, Inácio parte para Barcelona, decidido a ir para Jerusalém, onde foi recebido pelos franciscanos. Na Terra Santa, visitou os lugares sagrados do cristianismo e decidiu permanecer ali. Entretanto, os franciscanos não lhe concederam ficar, por causa da tensa situação reinante, e ele retorna a Barcelona para estudar e preparar-se para o sacerdócio.
Foi depois para Alcalá e Salamanca, onde, por causa de sua pregação ainda como leigo, foi denunciado à Inquisição e aprisionado até que sua inocência foi reconhecida. Foi proibido de pregar até concluir quatro anos de estudos e, por isso, decidiu estudar em Paris.
A Companhia de Jesus
Em Paris, estudou na Universidade de Paris, atual Sorbonne. Lá encontrou os seis primeiros discípulos, com os quais fundaria a Companhia de Jesus. Entre eles o grande Apóstolo da Índia e do Japão, São Francisco Xavier, e o Beato Pedro Fabro. Após os votos feitos em Montmartre, o que marcou o início da Companhia, eles tinham como plano ir à Terra Santa.
Como, depois de um ano, não conseguiram ir para a Terra Santa, colocaram-se à disposição do Sumo Pontífice em Roma. Inácio teve uma experiência profunda, que marcou decisivamente o futuro do grupo: viver em Roma.
Contra-Reforma Católica
O Papa Paulo III, diante de um mundo em expansão, necessitava de missionários para terras longínquas e contava com os jesuítas para esta tarefa. Diante disto, verificou-se a necessidade de organizar a nova Ordem, por meio de uma regra de vida. A aprovação definitiva veio em 27 de Setembro de 1540.
O papel dos jesuítas na Contra-Reforma católica foi essencial. Na época, pareciam inclinadas para o protestantismo várias regiões da Europa, havendo influências não só na França, mas na Itália. Santo Inácio enviou seus discípulos a essas regiões, a fim de resgatar pessoas que tivessem deixado a religião católica.
O papel dos jesuítas no Concilio de Trento também foi primordial, bem como na criação de escolas e universidades.
Venerado como santo ainda em vida
Inácio tinha temperamento severo e rigoroso, mas também repleto de doçura. Era considerado uma verdadeira mãe para os noviços. Tal equilíbrio fazia com que ele fosse venerado como santo mesmo em vida.
São Francisco Xavier tinha tanta veneração por ele, que muitas vezes lhe escrevia de joelhos e invocava o seu nome em momentos de luta e dificuldade. Constantemente afirmava: “O Padre Inácio é um grande santo”.
Sua vida interior era profunda e constantemente na presença de Deus. Conforme narrado em sua autobiografia, toda vez que queria encontrar-se com Deus, ele O encontrava bastando apenas um pouco de recolhimento. Tinha visões repetidamente, sobretudo quando se tratava de acertar algum negócio importante da Companhia, ou quando redigia suas Constituições. Essas visões lhe eram constantes também quando celebrava Missas.
Santo Inácio faleceu em Roma, no dia 31 de julho de 1556 e foi canonizado em 12 de março de 1622.